Política & Democracia

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Dilma rechaça conselheiros do fracasso

Dilma e Mantega, desenvolvimentistas que incomodam entreguistas e “conselheiros do fracasso”.  Imprensa noticia diariamente as graves consequências da crise internacional, mas omite que Brasil resiste a depressão mundial

Mais umas palavrinhas: Este post foi lançado no período em que a revista “The Economist” resolveu “demitir” Guido Mantega do Ministério da Fazenda… Apesar do rechaço de Dilma a esta indelicadeza da publicação inglesa, os “especialistas” em jornalismo econômico, que costuma não ser nem uma nem outra, soltaram rojões de euforia e retransmitiram o recado aos seus leitores.

Passadas as profecias, todas desmentidas pela realidade, do inevitável racionamento de energia elétrica em janeiro, o estouro da inflação em meados de abril, do crescimento zero da economia, eis que surgem novos e indubitáveis vaticínios: as contas do governo não fecham e a economia irá ruir.

Dilma precisa ocupar espaços para, novamente, rebater estas ondas de sabotagem, caso obtenham algum êxito, só penalizariam trabalhadores e mais pobres.

O que está em jogo não é a credibilidade destes agentes do mercado, geralmente ex-integrantes da equipe econômica do governo FHC, ou das empresas para as quais emitem tais análises. Mas sim a garantia da estabilidade política, econômica e social de um país, que é reconhecido, internacionalmente, como um porto seguro para investimentos a salvo das graves crises que atormentam nações europeias, por exemplo.

Para relembrar o que foi dito a quase um ano atrás:

Parece que o libelo neoliberal do planeta, a The Economist, pensa que pode chegar e botar banca para o governo brasileiro e “sugerir”: demita o ministro da Fazenda!  Será que não perceberam que passou o tempo em que o governo brasileiro seguia os ditames desta corja?  Passou e já faz mais de dez anos isso…

Foi-se o tempo em que o FMI tinha um gabinete em Brasília, próximo ao da presidência e anexo ao da Fazenda para “orientar” o governo do país sobre as medidas econômicas que deveriam ser adotadas.

O Brasil pagou a dívida com o FMI e hoje é seu credor!  Obra inconteste do presidente operário.

A crise econômica mundial que nos ronda desde 2008 é persistente e já fez vítimas nos EUA e Europa.

Espanha, Grécia e Portugal estão sendo castigados com desemprego em massa e perda de direitos trabalhistas para obterem “auxílio” dos organismos financeiros internacionais.

A classe média americana, no final do mandato de George W. Bush, perdeu suas casas porque a economia retraiu-se violentamente e as pessoas perderam empregos e a capacidade de honrar suas dívidas.

Mas e a The Economist?

Desculpem-me a expressão, deveria olhar para o próprio rabo e admitir o fracasso do ideário que propaga e que leva sofrimento para os mais pobres mundo afora, inclusive, para as pessoas do seleto grupo dos países desenvolvidos.  Será que pediriam a “cabeça” dos ministros da economia destes países?

Oras, façam-nos um favor… Pior é constatar a alegria da nossa imprensa conservadora, retransmissora destas velhas idéias, com este “vaticínio” grosseiro.

O fato é que o Brasil permanece forte e com os pilares de sua economia bem fundados, temos hoje mais de US$ 300 bi em reservas internacionais e uma dívida pública sob controle.

O índice de empregos formais permanece alto e o consumo interno é pujante.

O governo tem imenso arsenal para enfrentar a crise lá fora com medidas de incentivos fiscais aqui dentro.  A tarifa de energia elétrica vai baixar cerca de 20% a partir de janeiro de 2013, mesmo contra vontade de governadores tucanos de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, que preferem defender apenas os interesses dos acionistas…

O Brasil é outro, o povo percebe isso.

Quem não percebe são os soberbos “conselheiros” do fracasso de sempre…

Confira a matéria da Agência Brasil:

Dilma reage a crítica de revista britânica à economia brasileira

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff rebateu hoje (7) o artigo da revista britânica The Economist, que sugere a demissão da equipe econômica brasileira, sob comando do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Dilma disse que não se deixará influenciar pela opinião de uma revista estrangeira e destacou que a situação nos países desenvolvidos é mais grave do que a do Brasil.

“Em hipótese alguma, o governo brasileiro, eleito pelo voto direto e secreto do povo brasileiro, vai ser influenciado pela opinião de uma revista que não seja brasileira”, disse a presidenta, antes do almoço oferecido aos participantes da Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, no Itamaraty.

Segundo Dilma, o Brasil cresceu 0,6% no último trimestre e crescerá mais no próximo, o que não motiva a recomendação da revista. “Não vi, diante dessa crise gravíssima pela qual o mundo passa, com países tendo taxas de crescimento negativas, escândalos, quebra de bancos, quebradeiras, nenhum jornal propor a queda de um ministro.”

Ao ser perguntada se a situação dos demais países era pior que a do Brasil, a presidenta foi enfática. “Vocês não sabem que a situação deles é pior que a nossa? Pelo amor de Deus!”, disse ela. “Nenhum banco, como o Lehman Brothers, quebrou aqui. Nós não temos crise de dívida soberana, a nossa relação dívida/PIB é de 35%, a nossa inflação está sobre controle, nós temos 378 bilhões de dólares de reserva.”

A presidenta reafirmou que é favorável à liberdade de imprensa, apesar de divergir do conteúdo publicado em alguns veículos. A reação de Dilma à publicação britânica ocorre em meio a discussões sobre regulação dos meios de imprensa na Argentina e no Equador, países cujos presidentes, Cristina Kirchner e Rafael Correa, respectivamente, estavam presentes nas reuniões de hoje.

“Eu sou a favor da liberdade de imprensa. Não tenho nenhum ‘senão’ sobre o direito de qualquer revista ou jornal dizer o que quiser”, ressaltou a presidenta. Para ela, a reação da revista britânica pode ter sido motivada pela queda dos juros no Brasil.

“[Será que] tudo isso se dá porque os juros caíram no Brasil? Os juros não podiam cair aqui? Aqui tinha que ser o único, como dizia um economista antigo nosso [Delfim Netto], ou o último peru de Ação de Graças?”, acrescentou a presidenta, referindo-se à hipótese de o Brasil só ter condições de baixar os juros quando todos os países da região já tivessem feito.

*publicado originalmente em 8 de dezembro de 2012

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