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Pesquisas: Dilma recupera força. Lula em 2005 tinha situação mais crítica

Cenário atual mostra Dilma favorita e vencendo todos os seus adversários.  Em final de seu primeiro mandato, Lula, enfrentou situação mais delicada e arrancou para a vitória em 2006. Não se perde e nem se ganha de véspera na política

Cenário atual mostra Dilma favorita e vencendo todos os seus adversários, conforme último Ibope. Em final de seu primeiro mandato, Lula, enfrentou situação mais delicada e arrancou para a vitória em 2006. Não se perde e nem se ganha de véspera na política

As recentes pesquisas de opinião apresentam recuperação da popularidade de Dilma e ampliação do favoritismo para as eleições presidenciais de 2014.

Segundo Ibope e Vox Populi, Dilma venceria no primeiro turno em qualquer cenário.

No Datafolha contra Serra e Marina haveria segundo turno. Mesmo neste cenário, Dilma venceria, também na segunda votação.

Eleição decidida? Longe disso, muita água ainda vai passar nesse moinho…

Para efeito de comparação apresentamos pesquisas elaboradas pelo Datafolha em outubro e dezembro de 2005, poucos meses após o escândalo do mensalão tomar o noticiário e de lá não mais sair.

Lula enfrentou intenso bombardeio por parte da imprensa, que pretendia sangrá-lo até as eleições e impedir sua reeleição em 2006.

Os cenários projetados eram tão sombrios para o ex-presidente, que Lula chegou a 2006 apenas com o apoio do PC do B e PRB. Nenhum outro partido de sua base aliada investiu em sua candidatura.

Dilma, após quatro meses dos protestos de junho mostra fôlego e capacidade de recuperação do capital político perdido após as manifestações.

Há que se fazer uma observação pertinente.

A população que foi as ruas não elegeu unicamente Dilma como alvo de suas críticas.  Houve reclamação contra tudo e contra todos os políticos, com ou sem mandatos.  E, principalmente, contra práticas reprovadas pela maioria e pela falta de representatividade do povo no Congresso, em um parlamento que pouco ouve seus representados, efeito incontestável de um sistema político falho e elitista, que necessita, urgentemente, ser reformado.

O resultado é que governadores, prefeitos e a presidenta viram seus índices de aprovação desabarem em poucos meses.  O recado foi dado a todos, porém alguns conseguiram recuperar popularidade, outros não mais.  A presidenta encontra-se no primeiro grupo.

Em 2005 a campanha midiática tinha apenas Lula e o PT como alvos, o povo não foi as ruas, porque não comprou a ideia propagada pela imprensa, e a oposição era mostrada no noticiário como portadora do resgate da dignidade e da ética na vida pública…

Em outubro daquele ano, o presidente apresentava baixos índices de aprovação e ganhava apenas de FHC e Alckmin com folga, mas perdia para Serra.

Datafolha avaliação lula out2005

datafolha out2005

clique na imagem para ampliar

Em dezembro de 2005 os índices pioraram e Lula viveu seus piores momentos em oito anos de mandato.  Administração mal avaliada e Serra, seu principal adversário, cresceu e já vencia em todos os cenários.

datafolha lula dez.05

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datafolha dez2005 2 turno

Mas e o cenário de agora?

Acredito que os atuais altos índices de votos em branco ou nulos, captados pelos institutos de pesquisas, não permitem afirmar que Dilma esteja segura de uma vitória folgada e em primeiro turno.

São claros os recados de um eleitor que não se vê representado, neste momento, por nenhum dos candidatos lançados.

A vantagem da presidenta se apresenta em seus bons índices de aprovação pessoal, de como governa e no potencial de obter considerável fatia de simpatia de indecisos ou dos que, hoje, não escolhem ninguém para votar. A presidenta nem precisaria receber a maioria destes votos para vencer, o que lhe dá dianteira respeitável sobre os demais.

As manifestações que sacudiram o país cristalizaram uma reprovação do sistema político, que se mantém alta, pesquisa após pesquisa. Nem Marina ou Eduardo Campos conseguiram seduzir insatisfeitos ao se apresentarem como “novidades”.

Nem Dilma já venceu, mas também está muito longe de perder, por isso encontra-se em zona de conforto em relação aos demais postulantes, o que não pode transformar-se em acomodação, sob risco de sua vantagem ser reduzida antes da campanha eleitoral começar.

As candidaturas oposicionistas que se apresentam falharam em suas tentativas de conseguir apoio de uma parte do  eleitorado mais insatisfeito e indignado.  Os números que ostentam nas recentes pesquisas mostram que Marina, Serra, Aécio ou Campos não foram capazes de avançar significativamente no terreno dos indignados/insatisfeitos, apesar de toda a exposição midiática que lhes é dada.  Não podem posar de imunes a reprovação de seus movimentos e alianças por parte destes eleitores.

Dilma é favorita, isso é fato concreto, as últimas ações de seu governo são bem avaliadas pela população, o que tem ajudado em sua recuperação, como o programa “Mais médicos” e esforço para aprovar lei que destinou royalties do petróleo para a educação e saúde públicas, .

Mas, convenhamos, os adversários de Dilma tem tornado sua tarefa menos árdua, principalmente pela incapacidade de compreenderem os anseios da sociedade e de, com apelos e ações verdadeiras, se reinventarem politicamente.  Apesar de se credenciarem como “novidades”, são enxergados como mais um pouco daquilo que a maioria não quer mais saber desde 2002…

3 comentários em “Pesquisas: Dilma recupera força. Lula em 2005 tinha situação mais crítica

  1. Pingback: Dilma apresenta maior favoritismo a reeleição desde 1994 | Palavras Diversas

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  3. Sim nós sabemos que é sedo, mas vamos trabalhar para a releição, pois não vejo ninguém de tamanha responsabilidade com o povo brasileiro com essa candidata. Vamos pessoal nunca abaixaremos a guarda para essa reeleição.

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