Qual o significado do (sucesso do) Governo Lula?

Este texto foi escrito ao final do mandato de Lula e faz o reconhecimento ao legado extraordinário do presidente mais popular da História e que mudou o Brasil para melhor.  Mas seus inimigos políticos querem  hoje “cassá-lo” da vida política, extirpá-lo, covardemente, da vida pública.  Sou povo e estou ao seu lado!

A análise de um cidadão comum que viveu as benesses de seu legado, ou seja, o blogueiro que vos escreve…

O que significa o sucesso do seu governo?

Como um presidente que não goza da simpatia de setores importantes da imprensa nacional, alcança ao fim de dois mandatos, oito anos, expressivos índices de popularidade?

Todo tipo de análise é feita diariamente em jornais, tv, rádio, portais de internet, discursos políticos, da oposição e da situação, mas nada, creio eu, na minha parca capacidade de compreender tal fenômeno visto de tão perto, consiga sublinhar, destacar, expressar, explicar, sem um viés político, contrário ou favorável, a sua dimensão.

Aposto na mudança de paradigmas de seu governo, naquilo que o sustenta: o respaldo popular! O tratamento dispensado àqueles que mais necessitam do Estado brasileiro, aponta, em parte de onde surge tanta popularidade.
Mas quero crer mais!
Creio no simbolismo de seu sucesso no inconsciente coletivo de um povo tão sofrido, que se identifica com sua liderança e o respeita como tal, como um deles.

Lula é o símbolo de que o povo é capaz de ascender e conquistar um país melhor, com justiça social. O povo parece crer nisso no seu dia-a-dia, na quitação do carnê da geladeira nova, da casa própria, na poupança sagrada de quem sonha dias melhores. Isso não é pouco na vida das pessoas!

O seu fracasso, se acontecesse, significaria por muitas gerações, a vitória do discurso das elites de que o povo precisa ser dirigido pelos sábios homens”do andar de cima”, por aqueles que “entendem a realidade” brasileira e sempre governaram para “mudá-la”, que este “tal de Lula” veio interromper décadas de desenvolvimento social com suas idéias “comunistas”.

Sua derrota seria um “balde de água fria” na alma do povo brasileiro, significaria, além de tudo, a derrota do próprio povo brasileiro.

Quando as coisas vão mal é o governo o legítimo alvo da reclamação de ricos e pobres. Mas quando as coisas vão bem, é o governo também a direção do reconhecimento, pelo menos por parte dos mais pobres, por aqueles que percebem a mudança em suas vidas. Some-se a isso uma figura carismática, liderança nata, que mesmo sem ter avançado no ensino formal, é capaz de “pôr no bolso” qualquer doutor, em qualquer debate político/econômico/social.

Lula não é um santo, nem se deve pintá-lo dessa forma, mas é o personagem que conduz e, habilmente, supera obstáculos para transpor a realidade perversa desse país, mesmo que ainda haja muito o que fazer.

O seu governo errou em muitas ocasiões. Escolhas políticas equivocadas, por exemplo, mas que a história se encarregará de apontar tais erros em seus pormenores científicos. Creio que tais falhas foram cometidas na busca precipitada do equilíbrio político, sob o pretexto da governabilidade legitimada pela construção de uma maioria do parlamento, para aprovação de matérias de interesse do Executivo, barganhadas, miseravelmente, por aliados oportunistas e de última hora.  Aqueles mesmos que Lula e o PT tiveram que combater para chegar ao poder em 2002.  Estas alianças trouxeram para o governo neo lulistas que, acomodados na administração pública, cometeram práticas nefastas.

Erros também históricos, como não enfrentar os fantasmas do passado, punir os responsáveis pelos excessos cometidos na ditadura. Faltou ir até os “porões da república” e fazer a faxina da justiça contra os opressores. Preço que os “aliados de última hora” e oportunistas de sempre apresentaram na “fatura” da maioria parlamentar.

Os acertos? Ah os acertos, estão aí a olhos nus, na política social vitoriosa e reconhecida internacionalmente, tal como o maior programa de transferência de renda do mundo, ou o maior conjunto de investimento do Estado brasileiro em infraestrutura nas últimas décadas, na política externa independente e ativa, no crescimento com distribuição de renda, nos sólidos pilares da economia, que suportou o turbilhão da maior crise econômica desde 1929, como se fosse apenas uma “marolinha”, nos investimentos que possibilitaram tornar realidade as colossais descobertas do pré-sal, na criação de dezenas de universidades e escolas técnicas públicas, no saldo recorde de mais de 15 milhões de novos empregos com carteira assinada e tantos outros números expressivos…

O que é Lula enfim?
Qual é a sua corrente de comunicação que consegue alcançar as pessoas comuns diretamente, sem os “intermediários” da imprensa? A linguagem simples e objetiva de Lula, que o faz ser identificado por aqueles que o admiram, também o torna desprezado por uma parte conservadora da sociedade, que não aceita a sua “ritual simplicidade” na condução de um cargo, tradicionalmente, ocupado por representantes da elite desse país. Sorte que o povão é maioria e parece construir consenso de juízo sobre seu governo.

A história se encarregará também de decifrá-lo, longe das manchetes políticas que buscam arranhá-lo, desconstruí-lo, por parte de uma imprensa ligada ao atraso, que se confunde entre órgão de informação social e partido político de oposição. A despeito de tamanha hostilidade, Lula segue alavancado pelo espetacular reconhecimento do povo brasileiro e de organismos e personalidades internacionais.

É pouco isso?
Sou movido a escrever este texto, pelo testemunho de ter vivido períodos inteiros, na recente história brasileira, sem bons horizontes, e por acreditar que o positivo momento do país de hoje, é também o meu, de minha família e de muitos amigos, e está, mesmo que incompreendido em sua essência, transformando socialmente esta terra. É uma conquista da sociedade, em sua esmagadora maioria, que consagra e fortalece as políticas públicas do governo Lula.  Eu sou parte dessa mudança, é também meu  capital! A transformação tem sido contínua, mas creio e espero, que se aprofunde, corrija mazelas enraizadas, superando as injustiças e perversidades sociais para níveis insignificantes, perseverando conquistas que o povo brasileiro necessita alcançar.

Sou exemplo dessa mudança, da mobilidade social desses novos tempos, tais como tantos outros exemplos pessoais que vi acontecer.
Esses oito anos abriram as portas para o entendimento do contraditório e dos caminhos incontestáveis de independência e soberania nacional, apesar daqueles que fazem pouco caso disso, movidos por interesses contrariados, ou por incompreensão do fenômeno social ainda tão aproximado. Quero crer que o papel do governo Lula seja o significado definitivo de que o povo brasileiro é capaz e sábio em seu juízo e suas escolhas, sem necessitar de “tutelas superiores”, que é capaz, além do mais, de ser fiador da esperança de um futuro mais próspero, garantidor de que as mudanças podem ocorrer, quando necessárias à melhor qualidade de vida da maioria.

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Em 19 de setembro de 2012:
p.s. É este sentimento e reconhecimento que os golpistas covardes da quadrilha política-midiática, que reúne o PSDB, DEM, PPS, Globo, Veja, Folha de São Paulo e Estado de São Paulo, não conseguem apagar da memória do povo, um agrupamento de quase duas centenas de milhões que o elevou ao posto de presidente mais popular da história do Brasil.
Fica cada vez mais claro que o sucesso do governo que mudou para melhor a vida da maioria do povo tem inimigos poderosos que não perdoam o fato de terem sido relegados ao segundo plano…

*publicado originalmente em maio de 2010, com algumas alterações