Imprensa brasileira trata o novo gabinete, nomeado por Mubaraki, como o “novo governo” do Egito.
A ofensiva midiática para tentar fazer a opinião pública brasileira crer que a situação no Egito está voltando à normalidade e avançando para uma “transição democrática”, só nos revela a pobreza de argumentos e o partidarismo comovente de parcelas importantes da imprensa brasileira.
O novo governo do Egito não é novo, é um remendo e só existe apenas para posicionar, em espaços estratégicos do poder, novos agentes políticos comprometidos com a velha política de Mubaraki e conduzir, de maneira privilegiada, a sucessão do próprio ditador egípcio.
As medidas tomadas pelo “novo gabinete” foram claramente adotadas para abrandar a insatisfação popular e cooptar importantes setores da sociedade que se manifestam contra o governo.
Não há qualquer ação objetivando uma ruptura com o atual modelo defasado e autoritário.
A imprensa brasileira, mais uma vez alinhada aos interesses dos EUA, faz seu “dever de casa” na tentativa de nos mostrar uma aparente “vida voltando ao normal” no Egito, o que não existe neste momento.
Mas todo esforço pode se transformar em mais um tiro no pé da combatida credibilidade, cada vez mais manca, da grande imprensa brasileira. O enredo aventurado nas redações pode, em algum momento obrigar os meios de comunicação a mudar radicalmente as suas versões sobre os fatos.
Não há credibilidade, nem tampouco flexibilidade de opinião capazes de explicar, como que o causador dos transtornos vividos pelo povo do Egito pode, ser ele mesmo, o propositor das soluções de tais males?
O Que Será (A flor da Terra)
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque & Milton Nascimento
O que será que será
Que andam suspirando
Pelas alcovas?
Que andam sussurrando
Em versos e trovas?
Que andam combinando
No breu das tocas?
Que anda nas cabeças?
Anda nas bocas?
Que andam acendendo
Velas nos becos?
Estão falando alto
Pelos botecos
E gritam nos mercados
Que com certeza
Está na natureza
Será, que será?
O que não tem certeza
Nem nunca terá!
O que não tem concerto
Nem nunca terá!
O que não tem tamanho…
O que será? Que Será?
Que vive nas idéias
Desses amantes
Que cantam os poetas
Mais delirantes
Que juram os profetas
Embriagados
Está na romaria
Dos mutilados
Está nas fantasias
Dos infelizes
Está no dia a dia
Das meretrizes
No plano dos bandidos
Dos desvalidos
Em todos os sentidos
Será, que será?
O que não tem decência
Nem nunca terá!
O que não tem censura
Nem nunca terá!
O que não faz sentido…
O que será? Que será?
Que todos os avisos
Não vão evitar
Porque todos os risos
Vão desafiar
Porque todos os sinos
Irão repicar
Porque todos os hinos
Irão consagrar
E todos os meninos
Vão desembestar
E todos os destinos
Irão se encontrar
E mesmo padre eterno
Que nunca foi lá
Olhando aquele inferno
Vai abençoar!
O que não tem governo
Nem nunca terá!
O que não tem vergonha
Nem nunca terá!
O que não tem juízo…(2x)
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